terça-feira, 11 de março de 2014

Tudo sobre quilhas

A História das quilhas levou um longo caminho cheio de experimentação e mutação. O caminho para a seleção do dia de hoje das “barbatanas” foi verdadeiramente um esforço conjunto entre as mentes do surf mais brilhantes do século passado.
Antes das Quilhas
Os gigantescos pranchões de surf (“olos”) dos primeiros surfistas havaianos não tinham quilhas. Eles realmente não estavam manobrando suas pranchas demasiado, a ideia era deslizar-se diretamente para a terra. Em vez de tentar criar manobras, a antiga arte Havaiana de surfar constava simplesmente em manter a prancha apontado para adiante ao ser empurrada pela onda. Antes das quilhas, o único método para controlar a prancha era manter um pé na agua para assim fazer uma virada.
O padre fundador: Tom Blake
Em 1934, Tom Blake -surfer legendário e inventor da prancha de surf oca entre outras coisas- decidiu usar sua criatividade para resolver o problema do controle das pranchas. Segundo a lenda, ele perguntou a um comandante de um speedboat sobre o skeg (quilha) do seu barco e disseram que era para ajudar a estabilizar o barco durante jogadas duras. Um dia Blake acha um barco abandonado na praia. Ele arrancou a quilha, modificando e colocando à na sua prancha de surf. Inicialmente ele não gostava da sensação, mas depois ele pegou sua primeira onda e ai ele foi adorando.
“ Quando fui primeiro para as ilhas (Hawaii), eles usavam pranchas com muita área na rabeta e para controlara-las colocavam um pé na agua, o que era muito difícil de fazer ” disse.
“ Descobri que seria fácil corrigir esse problema, basta adicionar algo: uma quilha. Finalmente, coloquei uma e ela funcionou bem. Foi uma quilha muito grande, sobre 4? de alto e um pé de largo. Demorou dez anos para essa coisa entrar na cena e em seguida, as pranchas começaram a ficar mais leves e menores e [então] a quilha tornou-se mais eficaz para orientar-las.








Primeira Evolução
A evolução do protótipo da primeira quilha do Tom Blake foi muito lenta. Esta primeira monoquilha foi modificada por Bob Simmons na década dos 40 em formas no muito diferentes as usadas na atualidade.Simmons foi o primeiro inovador nas quilhas quando ele inventou as biquilhas.

George Greenough criou mais tarde quilhas mais estreitas com, mas flexibilidade, copiando-as da rabeta de um atum. Ele começou testando elas numa Kneeboard, mais a performance foi tão boa que eventualmente foram colocadas nas pranchas de surf quando Bob Mc Tavish implemento elas nas suas inovadoras pranchas leves e curtas.
Segunda Evolução
Os surfistas ainda surfaram de monoquilha nos inícios da década dos 70, hasta que o Australiano Mark Richards apareceu com a biquilha (muito parecidas às criadas por Simmons) e usou elas nas competências, assombrando tudo o mundo com suas manobras rápidas, garantindo assim 4 títulos mundiais consecutivos entre 1979 e 1982, mudando também a direção do surf moderno para sempre.
Terceira evolução
Em 1980 as quilhas levaram uma inovação monumental. No final dos 70, o jovem australiano Simon Anderson ficou famoso por surfar as gigantes ondas do North Shore de Oahu. Ele ficava frustrado por não poder controlar as pranchas biquilhas em ondas grandes. Um dia ele percebeu que um surfista usava uma pequena quilha em forma de media lua entre as duas quilhas laterais de sua prancha, e modificando essa Idea para ele mesmo foi que criou três quilhas do mesmo tamanho. Este sistema de triquilha seria conhecido como “thruster” e é o mais usado hoje em dia devido à facilidade de executar manobras muito radicais que liberam muita água, e também por dar muito controle e projeção.

(As tri-quilhas) é com certeza a mais usada desde sua invenção pelo australiano Simon Anderson, shapers do mundo inteiro vem desenvolvendo modelos de designs , angulação e posição das quilhas em relação a prancha e seu desempenho.
     
[ Posicionamento das tri-quilhas ]   as quilhas colocadas mais atrasadas [ próxima a rabeta ] faz a prancha ficar mais veloz porem mais presa para manobrar. As quilhas colocadas mais adiantadas, torna a prancha mais solta porem fará com que perca a velocidade. O equilíbrio está ligado a posição do surfista aonde ele coloca o pé traseiro e da maneira  que faz pressão sobre a prancha 
     
[ Distancia entre as quilhas dianteiras em relação a traseira ]   quanto mais distancia entre a quilha traseira em relação as dianteiras , maior sera a velocidade porem ficara menos manobrável tendo que fazer mais força para manobrar. Tudo também dependendo da posição do surfista em cima da prancha.
     
QUILHAS COM ANGULO FECHADO:  deixa a prancha mais solta, porem perde um pouco de velocidade, boa para quem impõe menos força na rabeta.
QUILHAS COM ANGULO ABERTO: deixa a prancha mais veloz , porem mais presa a água , por isto deve-se procurar um equilíbrio para que a prancha se torne bem rápida e solta ao mesmo tempo.
   
MAIS INCLINADAS:  quanto mais inclinada as quilhas mais solta fica a prancha, quando inclinada em excesso a prancha poderá derrapar.
MENOS INCLINADAS: deixa a prancha mais presa a água dificultando um pouco nas manóbras ,porem a prancha fica mais rápida, a angulação das quilhas depende do tipo de fundo que será usado.




 Direcionamento

As quilhas podem ser direcionadas diretamente para o bico , uma polegada mais fechada cruzando o bico ou uma polegada mais aberta do bico। Quanto mais fechada, mais maleabilidade, ideal para ondas rápidas e pequenas ( até 1,5 m)  quanto mais abertas, mais velocidade, ideal para ondas rápidas e rápidas e grandes.


Posições
· As quilhas laterais obedecem a uma posição quase que de regra , tem que estar embaixo do pivô do waveski (embaixo do assento). Usualmente os waveskis que fabrico obedecem esta regra , duas polegadas atrás da medida final da perna em relação ao assento e a central se distancia duas a três polegadas das laterais, dependendo da configuração do waveski. Esta configuração de posição permite surfar qualquer tipo de onda até dois metros com segurança sem necessitar alterar o posicionamento.



Tamanho

Esta parte se torna muito interessante , através dos anos de surf com waveski cheguei a uma conclusão, ficar mexendo no posicionamento das quilhas quando não se entende muito do assunto, só dificulta a vida do atleta . O que deveria ser feito, sim ,é não mexer na posição das quilhas, e sim no tamanho, pois mexer na posição altera todo o surf, você está acostumado a exercer uma força para manobrar , daí o mar sobe e você altera a central puxando pra trás, mudou completamente o ponto em que está acostumado a manobrar e a força que esta acostumado a fazer, se ao invés disto tivesse a disposição uma quilha maior, primeiramente do meio já resolveria o problema pois quando damos uma cavada, uma das quilhas laterais perde o atrito com a água e somente a oposta e a central é que estão atuando, pense comigo ,se der uma cavada muito forte e a quilha central for pequena ,ela também perdera atuação num dado momento ,e somente uma das quilhas laterais estará em atuação, daí acontece a derrapagem e perdemos o controle , para não perdermos maleabilidade temos que primeiro mexer no tamanho da central , daí sim se não resolver puxar a mesma para trás sensivelmente. Já nas laterais , recomendo que não mexa , apenas altere de acordo com o tamanho das ondas , mas principalmente de acordo com a força que o atleta costuma executar nas manobras, muitas vezes quilhas muito pequenas nas laterais deixam a prancha uma verdadeira saboneteira.

Conclusão :

Descubra a angulação usada na sua prancha, a direção, converse com seu shaper a respeito das suas dificuldades , verifique o tamanho, às vezes uma pequena alteração faz uma mudança tremenda na performance, adquira mais de um quite de quilhas e seja mais técnico ao entrar na água, sabendo antes da condição e que tipo de quilha irá usar, lembre-se que quilhas também fazem parte da sua segurança dentro d’água. Qualquer duvida tenho muitas histórias de posicionamentos de quilhas que me trouxeram muita alegria e muita frustração e também que poderão ajudá-lo a entender mais sobre estes fundamentos.